quinta-feira, fevereiro 09, 2006
"We are accidents waiting to happen"
Gostamos de nos imaginar senhores das nossas decisões. Fazermos as nossas escolhas, criar os nossos caminhos, encontrarmos o nosso espaço no mundo decididos e firmes como quem sabe algo mais sabe sobre o porvir. Á medida que crescemos como pessoas vamos aprendendo que as coisas incontroláveis podem ser previsiveis...mas serão de facto?
No nosso processo de socialização as entidades responsáveis pela nossa educação devem encaminhar-nos para valores tão fundamentais como a responsabilidade, o esforço compensatório, o garantir do sucesso pessoal como alternativa á ociosidade intelectual. E o factor acaso? E as variáveis da Sorte e do Azar não entram na equação?
Há dias, debaixo de um viaduto escuro e sujo vi um sem-abrigo a passar a noite. Pouco depois foi proferido o comentário de que muitas das pessoas que estão nesse estilo de vida fazem-no por escolha, por terem desisitido da sociedade como lhes é apresentada. Falou-se de azar ou má sorte que moldaram os caminhos da sua existência, mas não questionámos a sua importância ou relevância nas nossas vidas. Os antigos recorriam frequentemente a anciões, adivinhos ou outra espécie de feiticeiros que dominassem os designios do tempo e lhes dessem respostas sobre o futuro, era mesmo uma práctica corrente. Hoje temos a Maya e outros vígaros e charlatões que vêm ciência num baralho de cartas com figurinhas ridículas...
Mas continuamos a acreditar que há sempre a possibilidade de sermos brindados com o Euromilhões (é a probabilidade de acertar num segundo em 765 anos!) ou continuamos a temer o instante em que todas as forças obscuras do cosmos se uniram e fizeram aquele carro vir em contramão contra nós, sem hipótese de defesa. Em qualquer dos casos justificamos o evento com os bafos da sorte ou do infortunio, e sentimo-nos confortavelmente desconfortáveis por saber que simplesmente há coisas que não controlamos.
Que a nossa insignificância nos faça dar valor ao momento e não a utopias de felicidade eterna...mas isso são lençois para outra cama.
No nosso processo de socialização as entidades responsáveis pela nossa educação devem encaminhar-nos para valores tão fundamentais como a responsabilidade, o esforço compensatório, o garantir do sucesso pessoal como alternativa á ociosidade intelectual. E o factor acaso? E as variáveis da Sorte e do Azar não entram na equação?
Há dias, debaixo de um viaduto escuro e sujo vi um sem-abrigo a passar a noite. Pouco depois foi proferido o comentário de que muitas das pessoas que estão nesse estilo de vida fazem-no por escolha, por terem desisitido da sociedade como lhes é apresentada. Falou-se de azar ou má sorte que moldaram os caminhos da sua existência, mas não questionámos a sua importância ou relevância nas nossas vidas. Os antigos recorriam frequentemente a anciões, adivinhos ou outra espécie de feiticeiros que dominassem os designios do tempo e lhes dessem respostas sobre o futuro, era mesmo uma práctica corrente. Hoje temos a Maya e outros vígaros e charlatões que vêm ciência num baralho de cartas com figurinhas ridículas...
Mas continuamos a acreditar que há sempre a possibilidade de sermos brindados com o Euromilhões (é a probabilidade de acertar num segundo em 765 anos!) ou continuamos a temer o instante em que todas as forças obscuras do cosmos se uniram e fizeram aquele carro vir em contramão contra nós, sem hipótese de defesa. Em qualquer dos casos justificamos o evento com os bafos da sorte ou do infortunio, e sentimo-nos confortavelmente desconfortáveis por saber que simplesmente há coisas que não controlamos.
Que a nossa insignificância nos faça dar valor ao momento e não a utopias de felicidade eterna...mas isso são lençois para outra cama.
posted by P.A., 5:47 da tarde
1 Comments:
commented by Anónimo, 2:52 da tarde
Afasta-te daquelas pessoas que são piores que gatos pretos em sexta-feira 13! E Sorri.
R.