quarta-feira, agosto 09, 2006

pero....de que hablas tu, cabron?

duas imagens me assolam o espírito desde ontem.

"Se o Monstro é uma verdadeira besta, efectivamente a Bela perde encanto."

"Para onde voam as gaivotas quando sobre o mar, à noite, passam por debaixo da Lua Cheia?"



Insondáveis mistérios.
posted by P.A., 8:41 da tarde | link | 0 comments |

sexta-feira, agosto 04, 2006

um desenho escrito

Não sei desenhar. Nunca soube. A inépcia que existe entre o que quero pôr no papel e o que a minha mão desvela é por demais gritante para me aventurar em tais artes. Consigo no entanto embeber-me dessa sensação. Observar e ler-te os contornos, deixar todas as minhas células imbuirem-se de ti e fazer fluir toda a luz que transportas...e deixar que essa me percorra desde os olhos até à ponta dos dedos.
Desenhar-te-ia a carvão, claro. Sou honesto com a incapacidade de existir alguma côr real (venha o mais perfeito lápis) que fidelize esse azul com que fitas o mundo. O carvão descobre as sombras, traça as linhas sério na sua sobriedade, é justo, cru, capaz de jogar no contraste do irreal.
Poderia ser capaz de te desenhar de olhos fechados, poderias até nem estar presente. Vives neste interior, morei em cada forma e curva pronunciada, e enquanto o fiz decalquei cada imagem para não perder, para não me perder, para não morrer, para não deixar morrer.

E agora a mão que não treme acolhe o lápis que desfia os cabelos soltos, desce pela linha do maxilar que marca o rosto, suave, sem brusquidões nem intempéries, e queda-se nos olhos. Se Dalí num acesso de irascibilidade dissesse que os teus olhos são impossiveis de desenhar, eu dar-lhe-ía um abraço de confortável cumplicidade. Mas o lápis cria o que exala de mim. Ultrapassa-me. Transfigura-me. Dá-me sentido.
Nos labios finos a certeza de um beijo imortal entre um começo e um fim. Fugirão para um sorriso, sempre. Nesse mar de desejo que é o teu pescoço a alegria de um fluir de linhas torna-se tão explícita que o próprio acto de te esboçar se torna num frenesim erótico. A cada voluptuosa curva que a minha mão descreve dou graças a Deus por te ter, Mulher. Por cada pormenor que marco no papel com a minha alma nas mão, dou graças a Deus por ser teu.

Assim repousarias em tons de amor e carvão sombreado.
Se eu soubesse desenhar...
posted by P.A., 4:00 da manhã | link | 2 comments |

quarta-feira, agosto 02, 2006

coisas - Ornatos Violeta

"Leva qualquer eu a meu dia
Dá-me paz eu só quero estar bem
Foi só mais um quarto uma cama
No meu sonho era tudo o que eu queria

Quando alguém deixar de viver aqui
Espera que ao voltar seja para ti
Nada vai ser facil
Nunca foi
Quando alguém deixar de te dar amor
Pensa que há quem viva do teu calor
Hoje é só um dia
E vai voltar amanhã

E não foi assim que o tempo nos fez
E fez assim com todos nós
E não foi assim que a razão nos amou
E fez assim com todos nós
São coisas
São só coisas

Se uma voz nos diz que é viver em vão
Pra que raio fiz eu esta canção
E se o fim é certo
Eu quero estar cá amanhã
E não foi assim que o tempo nos fez
E fez assim com todos nós
E não foi assim que a razão nos amou
E fez assim com todos nós
São coisas
São só coisas

Eu estou bem
Quase tão bem
Vê como é bom voltar a dizer
Eu estou quase a viver"
posted by P.A., 2:47 da manhã | link | 1 comments |