quarta-feira, julho 04, 2007

Bardal


E é feliz o regresso ao fim de três anos...

Esta lagoa e o seus viveiros conhecerão de novo o desastrado perseguidor de vento e adrenalina.

Perdoa-me Vinhas, a tua paciência terá de ser infinita, terás de me salvar uma e outra vez, mas fica a promessa:

Este ano o Martinhal será meu também.

Encherei o pano com medo de ir parar a Marrocos!

É feliz este regresso...
posted by P.A., 4:41 da tarde | link | 5 comments |

a varredora de Trevi

Caminho à horas na cidade do grande império. Passo o Coliseu, estico o polegar para cima e poupo a vida a todos estes turistas que poluem o momento com a sua boçal presença. Perco-me em ruelas, imagino togas e coroas de louro embrenhadas em glorias e conquistas, perco-me no belo de cada espaço, fachada, estátua, tijolo com cheiro a história...
Viro a esquina.
Aí está a esperada. Num edificio baixo, de cara clássica, cai para o solo a edificação de uma fonte, assim mesmo, como se fluisse em direcção ao empedrado...dando a ideia de não pertencer ali,
de ter aparecido porque alguém enloqueceu e decidiu colocar uma réstia de céu naquela praça.
Assim é a Fontana di Trevi.
No centro de Roma velha há um espaço onde turista pode lançar moedas com um gelado na mão, imortalizado num jpeg. Os senhores que agarram os cavalos em furia, empedrados nesta estática existência já se habituaram a este ritual, a mudança dos tempos fez com deixassem de assistir a duelos ou serenatas cheias de honra, é o tempo do viajante impermeável, aquele que passa mas não absorve.
Eu não sou excepção, incluo-me neste grupo, com a agravante de o fazer em trabalho...mas paro e observo. Tento escutar vozes de outrora.
No meio de personagens vestidas de soldados romanos, atraindo fotos dos tais transeuntes de linguas longínquas, apareceu ela.
Dava a ideia de não pertencer ali, de ter aparecido porque alguém enloqueceu e decidiu colocar uma réstia de céu naquela praça.
Era uma varredora (cantoneira??) que circulava no meio de gente, de vassoura e pá em jeito de batalha autista. Levitava indiferente aos olhares, brincou com os seus conterrâneos soldados, fumou um cigarro em dois dedos de conversa e riu-se desprendida de seduções.
Era uma romana. Alguém lhe devia uma serenata, uma guerra em seu nome, um palácio perdido na toscânia pejado de escravos egípcios e fenícios.
Aqui o turista acabou o gelado e fugiu...apaixonado por Roma.
posted by P.A., 4:16 da tarde | link | 2 comments |