domingo, março 19, 2006
Poker
Por cima de um pano verde jazem cinco cartas e algumas fichas com valores nada fictícios. À volta da mesa as personagens surgem como herois, com carismas evidenciados pelos gestos que lhes mascaram as jogadas. A aposta é fabricada num logro, ou pelo menos desse principio se parte e aqui a ciência das probabilidades matemáticas tem um papel secundário. Depois o jogo flui, e dado o ponto onde o valor em cima da mesa cresce e a tensão aumenta, os silêncios ganham contornos gigantescos, o fumo molda-se na sua orientação turbulenta, e as mãos tocam nos copos com as bebidas como se acariciassem a sorte... Aí os rostos ganham outros contornos, as expectativas e certezas percorrem a montanha russa dos grandes momentos, tudo com um objectivo claro: Ganhar. Sorrir sorrateiramente ao destino e enganar as ilusões com um par de duques. É a gloria ao invés da deprimente mão que nos calha com uma sequência...e ninguém vai a jogo. É aqui que se definem os limiares da loucura, no abismo da frieza de espírito com a relutância em acreditar que somos apenas humanos...
Não sou um conhecedor, sou apenas um curioso. Já observei alguns grandes, já vi fimes, conheço o mito das grandes quedas. Não fosse eu um eterno aprendiz de mim mesmo e era capaz de afirmar que é o jogo de cartas que mais gosto. E sendo um impulsivo e crónico apreciador de vícios aprendi a respeitar estas paixões diabólicas, temendo pela minha integridade mental e financeira e sobretudo pelo meu amor em ultrapassar o limiar do risco.
Em noites prazeirosas, com amigos, já lambemos de forma inocente esta por de mais fascinante dimensão do ser humano, e entregamo-nos á doçura da aposta.
Eram tostões, mas eram tratados como fichas douradas de elevados centos...
Era apenas uma simples mesa sem pano verde, mas era tratada como se no veludo não pudessem existir erros...
Eram apenas amigos, mas quando a aposta subiu todos os truques eram válidos na leitura da mente do próximo...
Não era um casino mas a atmosfera inebriante onde os sonhos são feitos e os castelos caem estava lá.
Não sou um conhecedor, sou apenas um curioso. Já observei alguns grandes, já vi fimes, conheço o mito das grandes quedas. Não fosse eu um eterno aprendiz de mim mesmo e era capaz de afirmar que é o jogo de cartas que mais gosto. E sendo um impulsivo e crónico apreciador de vícios aprendi a respeitar estas paixões diabólicas, temendo pela minha integridade mental e financeira e sobretudo pelo meu amor em ultrapassar o limiar do risco.
Em noites prazeirosas, com amigos, já lambemos de forma inocente esta por de mais fascinante dimensão do ser humano, e entregamo-nos á doçura da aposta.
Eram tostões, mas eram tratados como fichas douradas de elevados centos...
Era apenas uma simples mesa sem pano verde, mas era tratada como se no veludo não pudessem existir erros...
Eram apenas amigos, mas quando a aposta subiu todos os truques eram válidos na leitura da mente do próximo...
Não era um casino mas a atmosfera inebriante onde os sonhos são feitos e os castelos caem estava lá.
posted by P.A., 8:39 da tarde