segunda-feira, abril 03, 2006
"Eu te aceito"
Os ciganos é que sabem como fazer as coisas. Os casamentos deles duram três dias. Três dias! Até parece um exagero para nós, vulgares obreiros da sociedade sem tempo, gastar tanto a festejar. Mas é de uma celebração que se trata. O comunicar perante o mundo um compromisso feito com outra pessoa. Venha o romantismo e chamem-lhes caras-metades, venham os novos tempos e chamem-lhes parceiros...não interessa o prisma com que as nossas razões e emoções o encarem, o casamento é algo distinto e indelével para todos.
Os diálogos desvelados em proximidade familiar.
Com o olhar confortável de quem nos conhece desde sempre, acarinham-se os anciãos nos gestos e nas palavras.
As crianças extasiadas com palhaços e balões coloridos, excitadas com tanta confusão e envergonhadas com tantos beijinhos e figuras ridículas.
As danças extrovertidas por bebidas espirituosas, a necessidade de extravasar alegria como se a ultima coisa que verdadeiramente importasse fosse aquela musica alta e as gargalhadas cúmplices dos outros doidos.
Os vestidos garridos, as gravatas com os nós windsor perfeitamente alinhados, os óculos de sol estratégicamente inócuos na posição de observador, os cabelos arranjados, as feições de alegria de um dia de festa.
Um dia de festa.
Dentro de mim sinto uma urgente necessidade de sorrir, de sorver o contacto humano, entrar numa espécie de ritual de confraternização comunitária (tenho a certeza que se pertencesse a uma tribo estaria de lança na mão num círculo, entoando canticos de união e saltando frenéticamente). Mas é mais do que isso. É familia. São aqueles que de tão pouco tempo partilhado, pequeno é o esforço para que o à vontade surja, o sangue e o nome enraizado faz-nos ser unos. E tolerantes.
Fui um dos padrinhos desta cerimónia. Sou responsável por zelar pela felicidade da minha irmã, assim como um casal de adoráveis seres que completavam 47 anos de casados nesse dia (um alentejano e uma bragantina, que são O exemplo de respeito mútuo, admiração e companheirismo... uma ode viva ao amor, portanto).
Assinámos o papel da burocracia relacional, beijámos a linda noiva e abraçámos o felizardo que me a roubou, lançamos pétalas de rosa e arroz ao ar e dedicámo-nos aos prazeres da boa comida e do bom vinho...mas cheios de pena de não sermos ciganos.
Os diálogos desvelados em proximidade familiar.
Com o olhar confortável de quem nos conhece desde sempre, acarinham-se os anciãos nos gestos e nas palavras.
As crianças extasiadas com palhaços e balões coloridos, excitadas com tanta confusão e envergonhadas com tantos beijinhos e figuras ridículas.
As danças extrovertidas por bebidas espirituosas, a necessidade de extravasar alegria como se a ultima coisa que verdadeiramente importasse fosse aquela musica alta e as gargalhadas cúmplices dos outros doidos.
Os vestidos garridos, as gravatas com os nós windsor perfeitamente alinhados, os óculos de sol estratégicamente inócuos na posição de observador, os cabelos arranjados, as feições de alegria de um dia de festa.
Um dia de festa.
Dentro de mim sinto uma urgente necessidade de sorrir, de sorver o contacto humano, entrar numa espécie de ritual de confraternização comunitária (tenho a certeza que se pertencesse a uma tribo estaria de lança na mão num círculo, entoando canticos de união e saltando frenéticamente). Mas é mais do que isso. É familia. São aqueles que de tão pouco tempo partilhado, pequeno é o esforço para que o à vontade surja, o sangue e o nome enraizado faz-nos ser unos. E tolerantes.
Fui um dos padrinhos desta cerimónia. Sou responsável por zelar pela felicidade da minha irmã, assim como um casal de adoráveis seres que completavam 47 anos de casados nesse dia (um alentejano e uma bragantina, que são O exemplo de respeito mútuo, admiração e companheirismo... uma ode viva ao amor, portanto).
Assinámos o papel da burocracia relacional, beijámos a linda noiva e abraçámos o felizardo que me a roubou, lançamos pétalas de rosa e arroz ao ar e dedicámo-nos aos prazeres da boa comida e do bom vinho...mas cheios de pena de não sermos ciganos.
posted by P.A., 10:25 da tarde
1 Comments:
Parabéns aos noivos! e ao Padrinho ciumento também...
commented by Anónimo, 5:57 da tarde