sábado, janeiro 06, 2007
o Swing perfeito
Não obstante o facto da pouco ortodoxa abordagem a este nobre e secular desporto (gosto de lhe chamar Rebel Golf, ou Street Golf, é mais morangos-com-açucar) lhe retirar do contexto as calcinhas de tweed, os sapatecos de espigões e o carrão descapotável onde na bagageira apenas cabem os tacos, tudo o resto é serio. E difícil.
Tentar acertar numa bola com cinco centimetros de diametro com um ferro de metal maciço não é tarefa inata, requer concentração e harmonia no movimento. Mente e corpo a trabalharem em conjunto para que aquela tacada específica faça a bola ir para o local certo, retirando o mérito ao acaso e à sorte desse mesmo sucesso. Em 10, fazer 7 como queremos é muito bom, sobretudo se acarinhamos e pensamos em cada uma delas...nas bolas, claro.
Nesta procura incessante de equilibrio, torna-se difícil ignorar o facto de que estamos acompanhados de mais uns quantos doidos (saudáveis insanos e maravilhosos irmãos) que saltaram mais uma rede para ir a um campo vedado, ou que naquele "miradouro" específico não convém passar além dos 150 metros...porque começa a civilização. Venham as sucatas e os parques aquáticos abandonados. Imaginar alternativas ao que está estabelecido, subverter as regras e tornar absurdas as convenções. Obviamente, no meio de tanto extravaso, quem sofre?
O swing.
São mais ou menos 30 segundos em que olho para ela. Para os obstáculos. Imagino-lhe a trajectória no ar, a maneira como se vai comportar quando tocar no solo. Onde quero que se quede. As abordangens são sempre diferentes, por condicionantes do espaço ou até mesmo da ferramenta que se utiliza. Pensar no que tenho nas mãos implica moldar-me a uma maneira própria de agir perante o momento. Mas o swing tem de ser manter o mesmo, o ritmo, a abordagem à bola, a colocação das mãos e a postura do corpo. Ensina-nos que somos nós quem comanda o nosso destino nos sucessos e falhanços...o processo do ganha/aprende, falha/corrige.
Cinco da tarde.
O sol morre no mar e daqui vejo sintra e o cabo espichel.
O Tejo desaparece no oceano.
Tenho um ferro 4 nas mãos. É longo, quase um drive. Por momentos esqueço e esvazio tudo aquilo que me enche a mente, as banalidades que nos moem e cansam o sorriso são agora fúteis e vãs. Interessa-me este swing, esta plenitude de silêncio antes da seca pancada que fará aquela pequena lua voar. Nada mais simples e justo. Culpas ou trofeus de prata num gesto.
Tentar acertar numa bola com cinco centimetros de diametro com um ferro de metal maciço não é tarefa inata, requer concentração e harmonia no movimento. Mente e corpo a trabalharem em conjunto para que aquela tacada específica faça a bola ir para o local certo, retirando o mérito ao acaso e à sorte desse mesmo sucesso. Em 10, fazer 7 como queremos é muito bom, sobretudo se acarinhamos e pensamos em cada uma delas...nas bolas, claro.
Nesta procura incessante de equilibrio, torna-se difícil ignorar o facto de que estamos acompanhados de mais uns quantos doidos (saudáveis insanos e maravilhosos irmãos) que saltaram mais uma rede para ir a um campo vedado, ou que naquele "miradouro" específico não convém passar além dos 150 metros...porque começa a civilização. Venham as sucatas e os parques aquáticos abandonados. Imaginar alternativas ao que está estabelecido, subverter as regras e tornar absurdas as convenções. Obviamente, no meio de tanto extravaso, quem sofre?
O swing.
São mais ou menos 30 segundos em que olho para ela. Para os obstáculos. Imagino-lhe a trajectória no ar, a maneira como se vai comportar quando tocar no solo. Onde quero que se quede. As abordangens são sempre diferentes, por condicionantes do espaço ou até mesmo da ferramenta que se utiliza. Pensar no que tenho nas mãos implica moldar-me a uma maneira própria de agir perante o momento. Mas o swing tem de ser manter o mesmo, o ritmo, a abordagem à bola, a colocação das mãos e a postura do corpo. Ensina-nos que somos nós quem comanda o nosso destino nos sucessos e falhanços...o processo do ganha/aprende, falha/corrige.
Cinco da tarde.
O sol morre no mar e daqui vejo sintra e o cabo espichel.
O Tejo desaparece no oceano.
Tenho um ferro 4 nas mãos. É longo, quase um drive. Por momentos esqueço e esvazio tudo aquilo que me enche a mente, as banalidades que nos moem e cansam o sorriso são agora fúteis e vãs. Interessa-me este swing, esta plenitude de silêncio antes da seca pancada que fará aquela pequena lua voar. Nada mais simples e justo. Culpas ou trofeus de prata num gesto.
posted by P.A., 2:38 da tarde
2 Comments:
commented by Gi, 1:43 da tarde
o sitio é perfeito... e penso que se não houvesse a mínima hipótese de ser perigoso não te dava tanto gozo!
Cuidado, muito cuidado..
Cuidado, muito cuidado..
commented by 1:55 da tarde
,
Fico-me pelo apreciar da paisagem e ver as bolas perdidas que me divertem muito mais do que as certeiras.
Jinhos
Bom Anooooooooo