quinta-feira, novembro 30, 2006

2 a HB




eram dois tão dois num só.
escreviam o seu destino em estradas oblongas, quimera de horizontes.
respiravam sonhos comuns, sorviam palavras bonitas na noite, encolherados.
mas mais não descrevo porque a felicidade é previsível...

nos corpos de grafite que eram, na fragilidade dos seus gestos temiam
as quebras das juras, dos pactos, das simbioses cósmicas.
querer não ter medo, implica ver herois ao espelho...
e mais não digo porque sempre escrevi com demasiada força.

esculpidos em arte azul, os deuses abençoaram o caminho dos ousados.
eram dois tão dois num só,
marcaram-se a lápis na vida-folha, e gastos, viraram pó...
e digo mais.

acreditar no amor não tem mal, mas amar quem não acredita é uma maldição.



Nota: peça feita por: Willard Wigan (+ uma vez, obrigado Gi)
posted by P.A., 1:00 da manhã

7 Comments:

e mais não digo..
commented by Anonymous Anónimo, 1:41 da tarde  
que bonito :)
commented by Blogger colher de chá, 9:09 da tarde  
é a beleza do número dois. E fica tudo dito. O demais, está no que escreves, querido.

Ps. tenho nova casa! o carioca está a chegar ao fim...
commented by Blogger colher de chá, 2:04 da manhã  
e eu acrescento...
amar assim é a forma mais nobre de amar. Um amor que se basta a si próprio sem exigir nada em retorno. Amar só por amar e nada mais.
commented by Blogger Gi, 11:05 da manhã  
já estamos em Dezembro... Já postavas qualquer coisinha!!!
commented by Anonymous Anónimo, 9:16 da tarde  
Às vezes ainda sonho que estou com Carolina, geralmente acordado. Sonho que a abraço, que lhe afago os longos cabelos de alcatrão, que lhe agarro o aroma com as mãos e depois de as ter cheias a transbordar o engulo de um só trago, deixando transparecer do meu interior as mil e uma cores que a felicidade transporta.

Geralmente desperto ainda mais deprimido.
commented by Anonymous Anónimo, 6:28 da tarde  
AH! Amor fogo que queimas qual vela que se consome para iluminar! De dois... do Dois nasce a faísca que permite a chama do Amor bruto assim sentido em solidão compartida de quem ama um e não outro... Tens razão, dear pete, bem o descreves.... os deuses abençoam o caminham dos ousados, aqueles, sim, aqueles que no espelho, despidos de medos, heróis vêem...! Acreditar no Amor é a verdadeira verdade que anima o espírito do homem! Malditos dos outros...malditos de nós que muitas vezes não escolhemos quem amamos...e vá-se lá saber porquê.... Quimera dos deuses que somos, abençoamos os amores que alimentamos... Tu dear pete, com amor nos lembras, teus leitores, que a vida é mesmo assim. Isto que escreves. Lições, para os esquecidos ou apressados que não têm "tempo" para se deixarem consumir a dois...
commented by Anonymous Anónimo, 8:09 da tarde  

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