terça-feira, abril 11, 2006

Mata dos Medos (Arriba Fóssil)

As paisagens nunca nos surgem como novas. Perante um cenário visual diferente, imediatamente o nosso cérebro faz comparações com outras imagens pré-assimiladas. Isto é um triste facto, porque resigna-nos à desespereante incapacidade de surpresa diante de outras realidades.
Então adaptamo-nos, interiorizamos as diferenças, estabelecemos paradoxos. Eis senão quando, sem nos apercebermos, já lhe acrescentamos um cardápio de emoções e sensações, já a rotulámos como nossa.
Voltarei aqui, dizemos.
Regressos felizes em espírito, memórias que soldam as placas do eu.
Na verdade, poucos locais existem aos quais eu não deseje regressar, mas de viajante tenho pouco, os meus horizontes perto se quedam. Claustrofóbico nesta condição, gostaria de ser um homem do mundo, uma árvore alta e de copa larga, com raizes fortes e indestrutíveis.
Que o tempo o diga. Sei onde quero regressar, só não sei quando.
posted by P.A., 5:31 da tarde

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