segunda-feira, junho 19, 2006
Nomes
Um armazém, ou biblioteca ou arquivo, ou qualquer coisa dessas onde se possa guardar com a ordem e a disciplina a que o Tempo obedece, esta lá ele. Guardado. Categorizado. É um nome. Tem forma, cheiro, côr, toque, musica. Quem o guardou é um senhor velho, mas não é velho de todo, foi o conhecimento que lhe moldou as rugas, repare-se que este trabalho herculeano tem a particularidade de necessitar de uma ávida procura da descoberta, do que é novo. Respeito para este senhor, portanto. Já viu nomes morrerem por não serem procurados, já viu nomes serem trocados por outros que lhes roubaram o significado, e mais triste e complicado...já viu nomes que foram deportados do mundo onde viviam para serem isolados em prateleiras na zona mais obscura do tal sitio onde se guardam. Porquê? Porque tiveram o infortunio de serem carimbados com o selo Azul. Ui. Esse gesto assusta o velho senhor que até é novo, ele sabe que a qualquer momento esses nomes podem encher uma prateleira de tal forma que quando aparecer um nome igual (acontece frequentemente) não haverá sítio para novas aquisições de material explorável e enriquecedor.
Aí bufa, gesticula e espreneia como se de uma birra por um chupa se tratasse. Não quer perder nada. Não pode perder nada. São nomes e têm o seu espaço. Merda para os selos.
Aí bufa, gesticula e espreneia como se de uma birra por um chupa se tratasse. Não quer perder nada. Não pode perder nada. São nomes e têm o seu espaço. Merda para os selos.
posted by P.A., 2:43 da manhã