domingo, abril 16, 2006

Jesus Shaves

Pertenço à geração do entretenimento (genialmente apelidada de rasca), seca nos ideais e nas crenças. Tal facto não me preocupa, a velha questão de ter de corresponder às expectativas dos outros é um mal crónico há muito estigmatizado nas sociedades de hoje. Preocupa-me sim o rumo do negócio mais bem montado da história (partindo do eterno medo do desconhecido personificou-se a fé e escreveu-se a estória mais bem sucedida dos ultimos dois mil anos). Esta semana surgiram vozes no seio da Igreja Católica que questionam a desproporcionalidade entre a dedicação à leitura das sagradas escrituras e o tempo desperdiçado vendo televisão, navegando na internet e lendo jornais. Falam de "excesso" (gosto da inocuidade das aspas) e de novos pecados. É simples. Quanto mais ignorantes melhor. Dêem-nos umas máscaras de ovelhinhas e deixem-nos pastar à vontade se faz favor, que esta vida são dois dias e o desperdício paga-se caro. E eu que embebido deste espírito de páscoa, até fiquei com vontade de ler o livro mais lido em todo o mundo, deliciar-me com a profundidade das personagens, com o drama e humanidade do enredo. Com todo o respeito pelos que crêem, gostava de perceber as simbologias e identificar os rituais. O Mel Gibson exagerou no sangue...


Deixo a imagem de um cristo mais asseadinho, estilo metrosexual.
Porque isto da modernidade é uma coisa muito antiga.
posted by P.A., 11:21 da tarde

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