sexta-feira, junho 23, 2006
Formigas
A formiga que no carreiro vinha em sentido contrário não é um bom exemplo. Chamem-lhe de revolucionária, de controversa e indisciplinada, mas é a excepção que faz a regra. Em uníssono, percorrem os trajectos funcionais a que as químicas da sua comunicação obedecem. Aquelas anteninhas sinistras cumprem objectivos altamente específicos na sua linguagem, e as acções a que os seus corpos se entregam fazem parte de um todo, de uma unica forma de agir, de uma inteligência superior formada pela colónia.
A base é o dialogo. A mensagem que não se perde, a meta final que um estafeta nunca corta mas corre e não questiona, a engrenagem pequena no tique-taque cósmico.
Se aplicarmos este conceito a tudo o que é orgânico, que se desenvolve e interage com o meio (entre pares e não só, nem precisando de extrapolar simbioses), observamos que raramente existem falhas. Imagino agora a primeira bactéria que se replicou com um ataque de egoísmo e de casmurrice...teria existido um caldo primitivo? - "Não. Desculpa, mas não. Isso do oxigénio ser fundamental é falso. Desemerda-te!" - Absurdo.
E assim se simplificaram as coisas, uns criaram formas químicas de comunicação, outros sons em multiplas frequências, e até mesmo os gestos jamais deixariam de contribuir para um profundo entendimento comum entre dois seres.
E depois aparecemos nós.
Deuses na Terra, senhores da natureza, invencíveis sobre as leis que os criaram. Continuam a existir estudos sobre a complexidade da nossa linguagem em comparação com a de outros animais com capacidades encefálicas semelhantes, mas ainda não passam de boatos científicos inconclusivos. Não existem descodificadores, óbvio.
Mas não é esse o aflorar da minha questão. Eu quero saber o porquê. Porque é que não se ouve enquanto se escuta, porque não conseguimos moldar o pensamento de modo a absorver realidade sem nos desviarmos de um centro? Não peço subserviências, peço esclarecimentos. Não peço tortuosas e labirínticas formas de orientação de discurso, peço clareza nas palavras e honestidade no propósito. Não peço resultados e consensos, espero respeito pelas diferenças de discurso. Porque as há.
Salte agora o jogo de cintura quando a música que toca não é a que gostamos.
E o jogo perdura.
Sei o que ouço e sei o que digo pois estou AQUI dentro.
Sabes o que dizes e sabes o que ouves pois estás AÍ dentro.
P.S. - "Desculpe..Não se importa de me dar a chave desta casa-de-banho por favor?"
A base é o dialogo. A mensagem que não se perde, a meta final que um estafeta nunca corta mas corre e não questiona, a engrenagem pequena no tique-taque cósmico.
Se aplicarmos este conceito a tudo o que é orgânico, que se desenvolve e interage com o meio (entre pares e não só, nem precisando de extrapolar simbioses), observamos que raramente existem falhas. Imagino agora a primeira bactéria que se replicou com um ataque de egoísmo e de casmurrice...teria existido um caldo primitivo? - "Não. Desculpa, mas não. Isso do oxigénio ser fundamental é falso. Desemerda-te!" - Absurdo.
E assim se simplificaram as coisas, uns criaram formas químicas de comunicação, outros sons em multiplas frequências, e até mesmo os gestos jamais deixariam de contribuir para um profundo entendimento comum entre dois seres.
E depois aparecemos nós.
Deuses na Terra, senhores da natureza, invencíveis sobre as leis que os criaram. Continuam a existir estudos sobre a complexidade da nossa linguagem em comparação com a de outros animais com capacidades encefálicas semelhantes, mas ainda não passam de boatos científicos inconclusivos. Não existem descodificadores, óbvio.
Mas não é esse o aflorar da minha questão. Eu quero saber o porquê. Porque é que não se ouve enquanto se escuta, porque não conseguimos moldar o pensamento de modo a absorver realidade sem nos desviarmos de um centro? Não peço subserviências, peço esclarecimentos. Não peço tortuosas e labirínticas formas de orientação de discurso, peço clareza nas palavras e honestidade no propósito. Não peço resultados e consensos, espero respeito pelas diferenças de discurso. Porque as há.
Salte agora o jogo de cintura quando a música que toca não é a que gostamos.
E o jogo perdura.
Sei o que ouço e sei o que digo pois estou AQUI dentro.
Sabes o que dizes e sabes o que ouves pois estás AÍ dentro.
P.S. - "Desculpe..Não se importa de me dar a chave desta casa-de-banho por favor?"
posted by P.A., 1:38 da manhã
1 Comments:
muito bom. muuuuuuuito bom. :)
commented by colher de chá, 2:19 da manhã